Nossa História
A História da nossa Paróquia
Conheça um pouco do caminho trilhado até aqui
Rancharia era parte da paróquia de Quatá, da qual recebeu a primeira assistência religiosa que consistia, conforme o costume da época, em uma missa mensal, na administração dos sacramentos do batismo e do matrimônio e no catecismo inicial, envolvendo, além disso, a construção de uma pequena capela de madeira. Deve ter havido no povoado nascente uma minoria de descendentes italianos, religiosamente ativa, visto que para Padroeiro da capela foi escolhido Santo Antônio de Pádua. Em 26 de agosto de 1935, Dom Antônio José dos Santos, primeiro bispo de Assis, criou em Rancharia a Paróquia Santo Antônio, desmembrada integralmente da paróquia de Quatá.
Pode-se supor que a criação da paróquia resultou de um acerto entre o bispo diocesano e o superior palotino, Pe. Erasmo Raabe, pois, já em 27 de setembro de 1935, chegou a Rancharia o palotino Pe. Fidélis Manetsch, como seu primeiro vigário. A sua recepção na paróquia foi muito cordial. Conquistou logo a simpatia dos paroquianos pela paciência manifestada no encontro com a pobreza. Não reclamou quando foi instalado numa casinha de madeira alugada que, tendo apenas dois quartinhos e uma cama. Pertencendo naquele tempo à paróquia de Rancharia e também de Martinópolis, Pe. Fidélis Manetsch recebeu, em fevereiro de 1936 um companheiro bem-vindo, Pe. Vicente Hennig, alojado no segundo quartinho.
A essa época, as tarefas dos vigários resumiam-se na frase: “Tudo por fazer”. Isto é, construir uma casa paroquial, a nova matriz em alvenaria, o salão para festas, a sede para as associações religiosas e organizar a vida paroquial na cidade e na roça. Das muitas obras, a mais urgente era a construção de uma casa paroquial para libertar do aluguel a caixa da igreja, pago pela pobre moradia dos padres, e para criar um ambiente saudável e decente a estes e aos fregueses. Com os recursos de costume das festas, campanhas, contribuições e esmolas, foi adquirida a esquina das ruas Marcílio Dias e Expedicionários Brasileiros, próxima à quadra da igrejinha. Nela, a construção teve início de imediato. Todavia, Pe. Fidélis não teve a satisfação de terminá-la, pois foi surpreendido pela sua transferência em junho de 1936. Deu-se início na sede às missas dominicais e diárias, à administração dos sacrainentos e ao catecismo, este a cargo de moças piedosas. Na roça, uma légua distante da matriz, existiam as colônias italianas Saltinho e São José, esta última já com capela, construída por promessa de um sitiante doente. O governo de Pe. Fidélis foi sucedido por Pe. Vicente Hennig. A sua tarefa mais importante estava à vista: a construção da casa paroquial, começada pelo antecessor. Terminou-a em agosto de 1937 e mudou-se para ela no dia 21.
Vindo de Londrina, Pe. Paulo Kuhn tomou posse em Rancharia no mês de junho de 1938, substituindo o Pe. João (Vicente) Hennig. Ele foi destinado pela Providência para realizar a obra mais importante e mais difícil na paróquia: a construção da Matriz, em alvenaria; tomou-a a peito imediatamente.
Ainda em outubro de 1938, criou a comissão pró-construção com 15 homens, prontos para repartir com ele a luta que os esperava. A realização da planta de uma igreja de estilo gótico puro e caprichado, com 45m de comprimento e 16m de largura, exigia realmente coragem e confiança, justificadas, porém, pela situação econômica da cidade. Funcionavam cinco fábricas de beneficiamento de algodão, outras de café, de arroz, de fiação de seda e a maior fábrica de azeite de algodão do Estado. Nessas condições foi possível levantar o corpo cru da igreja no prazo de dois anos, ou seja, até dezembro de 1940. Como verificamos no Livro do Tombo, os últimos trabalhos foram a demolição e remoção da capelinha velha do meio da construção da nova, a cobertura desta e a colocação das portas.
Com imenso júbilo” de todo o povo, celebrou-se a inauguração provisória da nova matriz com a primeira missa na festa de Natal. Os paroquianos lotaram-na até o último lugar. A partir desta missa, as funções religiosas e litúrgicas realizavam-se na nova matriz, apesar de ainda não estar totalmente terminada. Faltavain a parte superior da torre, os vitrais, os sinos, o relógio e o cruzeiro no alto da torre, partes que foram providênciadas nos quatro anos seguintes.
A torre saliente no meio da fachada, tendo embaixo de si a entrada tripartida que dava para o interior da igreja, tornou-se mais pitoresca por cinco variados andares sobrepostos até o cruzeiro, na ponta. Tinha trinta metros de altura. Os doze grandes vitrais encomendados na Casa Conrado, em São Paulo, representavam os 12 artigos do credo. Outros, os quatro evangelistas e os quatro da fachada representavam Nossa Senhora, São José, São Pedro e São Paulo. Os sinos eram quatro, sendo o maior de 1.000 kg de oferta do interventor de São Paulo. O relógio da torre era iluminado durante a noite.
O exímio benfeitor, Francisco Franco, contribuiu generosamente para a ornamentação do interior da igreja, dando a via-sacra em alto-relevo e o altar-mór de mármore. Finalmente a nova matriz estava pronta para receber a sua sagração, ato solene realizado no dia 13 de junho de 1944 por Dom Antônio José dos Santos, durante visita pastoral. Pe. Paulo Kuhn deixou a paróquia de Rancharia, e seu sucessor foi o Pe. Alberto Rudolf, cujo governo se estendeu de 1954 até 1972.
Concluiu-se a construção da nova casa paroquial, na rua Felipe Camarão, que substituiu a antiga. A nova residência distinguia-se da velha pelas dimensões e pelo número dos aposentos, pelo que se tornou mais acolhedora. A construção do salão nobre, de material, ergue-se na esquina das ruas Adernar de Barros e Felipe Camarão.
Dessa época até os dias de hoje, novos párocos, novas cores e muitas melhorias passaram pela nossa Paróquia, mas sempre com a certeza de que a Comunidade unida e feliz é o propósito e a motivação de todos os esforços e celebrações que realizamos.